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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

POLICIAIS FEDERAIS PARALISAM ATIVIDADES NA BAHIA

Policiais federais da Bahia e do Maranhão iniciaram na quinta-feira (5) a paralisação de suas atividades por 48 horas. A emissão de passaportes e as demais funções dos policiais, como investigações e registro de porte de arma, estão sendo feitas com o efetivo mínimo, que é 30% dos servidores.
Em Salvador, o movimento começou com um café da manhã. Em seguida, os policiais passaram a arrecadar alimentos para doar a um hospital local que trata crianças com câncer. Eles também fizeram um protesto na Avenida Bonocô, com os manifestantes conduzindo faixas e usando pedaços de panos pretos cobrindo a boca.
Nesta sexta-feira, os policiais da capital baiana farão doação coletiva de sangue e, no sábado, pretendem participar das manifestações previstas para o Sete de Setembro Os policiais federais do Acre, Ceará e Amapá também vão realizar um ato durante o desfile cívico de sábado.
Nesta sexta (6), véspera do feriado de 7 de Setembro, os policiais param no Ceará, no Amapá, no Piauí, em Sergipe, em Pernambuco e em Mato Grosso do Sul. A paralisação faz parte de um movimento que reivindica a reestruturação da carreira e reajuste salarial.
Insatisfação - Para a presidente do Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA), Rejane Peres Teixeira, a paralisação serve para mostrar a insatisfação com o que está acontecendo no órgão.
“Temos alertado para o sucateamento na estrutura material e humana da Polícia Federal. Aqui, na Superintendência da Bahia, o elevador está quebrado há mais de dois meses. Não temos como fazer investigações no interior do Estado, por falta de verba para deslocamento com viagens. E são apenas 210 agentes para trabalhar nos mais de 400 municípios da Bahia”, disse Rejane.
Segundo Rejane, os policiais também têm sofrido com situações de assédio moral e de doenças ocupacionais e psiquiátricas causadas pelas más condições de trabalho. “Em 2010, chegamos a ter 30% do efetivo afastado por motivos psiquiátricos, com problemas como síndrome de pânico e depressão. Nós últimos três anos, somente na Bahia, houve dois suicídios [na corporação]“, relatou.
Em julho, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou uma pesquisa segundo a qual 69% dos policiais federais relataram que tiveram a saúde prejudicada pelo ambiente de trabalho e 30% disseram que precisaram se submeter a tratamento psicológico ou psiquiátrico por causa de sua atividade profissional.
Proposta rejeitada – O presidente da Fenapef, Jones Borges Leal, lembrou que as paralisações começaram em agosto. “Nossa luta não é só pela questão salarial, mas principalmente por melhores condições de trabalho, aumento do efetivo e reestruturação da nossa carreira”, disse Leal à Agência Brasil. A Fenapef representa também agentes, escrivães e papiloscopistas.
O governo propôs reajuste de 15,8% dividido em três anos, mas a categoria rejeitou a proposta. Para Leal, o governo não trata os policiais federais com a devida atenção. “Nós buscamos estar ao lado das outras categorias, como era antes. Hoje, não temos atribuição prevista em lei. Um policial que entra hoje, não tem escrito o que ele deve fazer, qual a sua função. Como você pode construir uma segurança pública de qualidade, se não enfrenta essas questões? E, com a atitude do governo, acho difícil resolver isso em curto prazo.”


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