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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ALUNOS DO CURSO DE DIREITO DA UNIME REPUDIAM ATOS DE PROFESSORA

Carta
Bons colegas, não há como admitir tal postura.  Alimentar preconceitos já embutidos na sociedade não acrescenta e não modificam as condições precárias a qual o ensino superior, e não só o particular, se encontra.
Historicamente, o ensino superior foi como o próprio nome já diz exclusivo aos aristocratas aos burgueses, privilégio de poucos. Chegou há ser prática proibida no país, para que a população não tivesse acesso a novas idéias iluministas e não pudesse adquirir senso crítico. Com o passar do tempo, e com a promulgação de constituintes foi dado a este caráter público, como já ocorria no restante do mundo, e que no Brasil só ocorreu após séculos.
Somos colonizados, a nós foi dado o acesso conforme convinha os imperialistas, ditadores, entre tantas formas de governo... neste intere, poucos foram os selecionados e conquistamos, para todos, pouco a pouco o direito básico: A EDUCAÇÃO.
Porém, não foi tarefa fácil, ao perceber que até a classe mais baixa estava tendo acesso a cursos exclusivos da elite, foi limitado o número de vagas para o acesso ao ensino e criado outros critérios como exames, provas, certificados. E assim, a classe mais baixa, que não possuía uma boa formação básica, foi sendo marginalizada para os cursos menos elitizados.
Foram criadas universidades públicas, com processos seletivos próprios, embora a rigidez e o acesso continuassem a serem o mais acirrado possível, para dar espaço àqueles que vinham de berço e freqüentavam ensino básico e médio de qualidade.
Bom, hoje podemos fazer um paralelo com os fatos históricos ocorridos há séculos atrás. A classe baixa hoje, por meios de programas de inclusão, financiamentos, entre outros, tem a disposição de freqüentar cursos de grande interesse da elite. Faze-se Direito, Engenharia, Farmácia, Medicina Veterinária, Arquitetura, entre outros, na mesma sala, com os mesmos acessos, esteja este no ensino público [por meio de cotas], ou no ensino particular.
Dessa forma indaga-se: para que e a quem interessa continuar a alimentar as diferenças existentes na forma como o ensino é dado?
Qual a motivação de desvalorizar o ensino superior particular?
As respostas podem ser ilimitadas. Diante da situação vivenciada verifica-se que o mesmo incômodo gerado no passado, permanece hoje. Incomoda ver TODOS tendo acesso a educação. Incomoda de alguma maneira saber que o filhinho de papai tem acesso, a moradora da periferia tem acesso, o filho de seu empregado tem acesso. Enfim, incomoda o fato de o ensino passar a ter natureza de necessidade do pobre ao rico. Incomoda saber que em algum momento aquele SER irá galgar os mesmos objetivos que um dia estava disponível para alguns.
De fato professora, talvez estejamos no ensino particular porque à nós não foi possibilitado a oportunidade de usufruir do ensino público. Culpa nossa? Talvez. Existem inúmeros motivos que nos fazem escolher o ensino particular. À distância da universidade pública, à espera pelo vestibular realizado apenas 1 vez ao ano, visto que não somos tão jovens, a possibilidade de pagar o ensino de acesso mais fácil. Enfim, variados os motivos pelos quais NÓS, eu, você e os demais colegas, escolheram o ensino particular.
Dizemos nós, porque é de conhecimento geral que a sua formação também é oriunda do mesmo berço, o ensino superior particular.  E este fato nos causa estranheza sobre a sua  exclamação.
Seguiremos nosso curso, de forma democrática, valorizado ou não, para um dia adquirirmos o sonhado diploma de ensino superior. E quem sabe uns dias nos tornem como à senhora e outros já são: PROFESSORES, MESTRES, ADVOGADOS, JUÍZES, SERVIDORES PÚBLICOS, ENTRE OUTROS.

Bacharelanda em Direito – 9º semestre UNIME.


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