ITABUNA

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sábado, 7 de setembro de 2013

PETROBRÁS DIMINUI INVESTIMENTOS NO ESTADO

Não é segredo para ninguém que o governo do estado não anda bem das pernas e do bolso. Além do arrocho financeiro e dos cortes nos gastos do tesouro estadual, o governador Jaques Wagner (PT) ainda tem que lidar com mais um problema: a diminuição de investimentos da Petrobras na Bahia. 
Em 2011, os investimentos no estado foram de US$ 811 milhões. O total previsto para 2013 é de US$ 651 milhões, uma queda de 20%. Em dezembro de 2012, 11 sondas de perfuração e 26 de produção terrestre operavam na Bahia, neste ano, os números caíram para sete sondas de perfuração e 22 de produção terrestre. 

A decisão passa pela presidente da Petrobras, Graça Foster, e tem causado enorme insatisfação entre os deputados governistas e oposicionistas, além de gerar prejuízos diretos aos municípios da Região Metropolitana de Salvador, que dependem economicamente da Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe. Além disso, as empresas vêm reclamando dos contratos oferecidos pela Petrobras. Muitas delas passam por enormes dificuldades e outras já fecharam as portas. 

Tentando diminuir os impactos negativos, deputados baianos se reuniram com Graça Foster, ainda em julho, na sede da multinacional, no Rio de Janeiro. Passados mais de 50 dias da reunião, nada se resolveu. Agora, os parlamentares querem que a gestora participe de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. 

Governador no circuito

A Petrobras chegou a admitir que foram suprimidos 449 postos de trabalho, mas garantiu que não aconteceriam novas baixas. Porém, a explicação não convenceu os parlamentares nem o governo. 

Na última quarta-feira (4), o governador Jaques Wagner entrou em ação e foi conversar pessoalmente com a presidente da Petrobras, no Rio de Janeiro. 
"Já tinha conversado com a presidente sobre esse assunto anteriormente, mas desta vez ela me garantiu que não vai haver desinvestimentos da Petrobras na Bahia. 

A empresa está focada na exploração do pré-sal e terminando a duplicação da Refinaria de Mataripe. Óbvio que vai ter diminuição em números, mas não em investimentos", disse Wagner em entrevista à Rádio Metrópole, após sair do encontro.

A falta de investimentos da multinacional na Bahia pode comprometer a receita fiscal do estado, impactando de forma negativa na arrecadação anual do ICMS e ISS.

Deputados do PT cobram explicações 

Segundo o deputado federal Nelson Pelegrino (PT), membro da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, na época, Foster alegou que a empresa não diminuiu os investimentos na Bahia, só mudou a natureza deles. 

"Na reunião, houve uma garantia por parte da presidente de que não existiriam perdas de postos de trabalho e diminuição da atividade econômica, mas infelizmente, desde que nós conversamos, o que temos assistido são empresas quebrando, reduzindo suas atividades na Bahia e desempregando. Precisamos atualizar o diálogo", afirmou o petista.

Foster teria explicado ainda que a redução do número de sondas em atividade foi necessária porque, em 2012, houve uma antecipação da programação de poços, que requereu a mobilização de um número maior dos equipamentos de perfuração.
 
Entretanto, dados da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras apontam que até o final de 2013 serão reduzidos mais de dois mil postos de trabalho na Bahia. Os números abrangem os trabalhadores que já foram desmobilizados e desmobilizações previstas até o final do ano. 

Oposição culpa Gabrielli

Para o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), a diminuição dos investimentos da Petrobras na Bahia é um reflexo do legado da gestão do atual secretário de Planejamento do Estado e ex-presidente da multinacional, José Sérgio Gabrielli. 

"É claro que a Petrobras passa por uma crise devido à péssima administração do ex-presidente José Sérgio Gabrielli. No fim das contas, quem paga o pato é a Bahia", criticou. 


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