O líder do Assentamento
Ipiranga Juraci Santana, assassinado na madrugada da última terça-feira (11),
havia denunciado à Polícia Federal e a pelo menos dois ministros do governo
Dilma Rousseff (PT) que recebia ameaças de morte.
A informação foi confirmada
à Folha pelo ex-ministro e pré-candidato ao governo da Bahia Geddel Vieira Lima
(PMDB) e pelo deputado federal Geraldo Simões (PT-BA). Tanto o correligionário de
o vice-presidente Michel Temer quanto o parlamentar da base criticaram a
atuação da administração federal na mediação do conflito entre produtores
rurais e indígenas pela posse de terras na região entre os municípios de
Ilhéus, Una e Buerarema, no sul do estado.
Em discurso na Câmara
Federal na última quinta-feira (13), o petista disse que Juraci se reuniu em
Brasília com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com a então chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann para alertar sobre as ameaças de morte. De
acordo com o deputado, Juraci teria sido ameaçado por não aceitar se
autodeclarar índio tupinambá, a fim de fortalecer o grupo na disputa de uma
fatia maior de terra na região. Juraci também esteve reunido com Temer, em
setembro de 2013, quando o vice assumia a Presidência interinamente.
Um dos presentes na reunião,
à época vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Geddel confirma que o líder
rural relatou as ameaças de morte ao vice-presidente, que cobrou providências a
Cardozo. “Temer telefonou para o ministro e relatou a situação. Mas
infelizmente faltou coragem para enfrentar o problema e o resultado foi um
inocente assassinado”, lamenta Geddel, que deixou o cargo na CEF em dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário