O Ministério Público de São
Paulo (MP-SP) e as chefias da Polícia Civil vão ter reuniões periódicas para tratar de questões institucionais e melhorar a
cooperação entre os órgãos. A decisão foi tomada após encontro entre o órgão e
três representantes dos delegados de polícia que protestaram hoje (29).
Os
delegados fizeram uma manifestação pelas ruas do centro da cidade contra a
prisão de colegas do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico
(Denarc), que são investigados por envolvimento com o tráfico de drogas. Eles
saíram em caminhada, por volta das 14h30, da sede da
Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. O grupo passou em
frente ao prédio da prefeitura, da Secretaria de Segurança Pública e chegou à
sede do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), órgão que comanda as
investigações.
Para
a presidenta da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo,
Marilda Pansionato Pinheiro, havia um clima de desconforto entre as duas
instituições. “A Polícia Civil, especialmente nós, os delegados de polícia,
ficamos muito sucateados. Fomos colocados em uma situação de inferioridade. E
isso acabou causando um certo desconforto, talvez. E depois com a [Proposta de
Emenda à Constituição] PEC 37, com tudo aquilo que a gente assistiu, isso
acabou se acirrando”, avaliou.
A
PEC 37, que restringia o poder de investigação do Ministério Público (MP),
acabou rejeitada pela Câmara dos Deputados. O problema se acirrou, na opinião
de Marilda, com as prisões dos delegados do Denarc, consideradas arbitrárias
pela categoria.
No último dia 15, teve início uma operação conjunta do Ministério Público e da
Corregedoria da Polícia Civil com objetivo de investigar policiais do Denarc,
acusados de formação de quadrilha, roubo, tortura e extorsão mediante
sequestro. Segundo as investigações, eles recebiam entre R$ 200 mil e R$ 300
mil por ano em propinas, pagas por traficantes. Ao todo, 13 mandados de prisão
temporária foram expedidos.
O
Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo alega que as prisões
pedidas pelo MP-SP são ilegais. "No caso dos delegados de polícia, eles
foram presos sem qualquer prova", disse o presidente do sindicato, George
Melão. Ele explica que a Polícia Civil tem uma corregedoria, que é responsável
por apurar desvios de conduta. "Não estamos aqui para acobertar conduta
criminosa de ninguém. Queremos que o Ministério Público promova a
Justiça", disse Melão.
Agência Brasil
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