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domingo, 27 de outubro de 2013

ELEIÇÃO 2014: OPOSIÇÃO UNIDA E GOVERNADOR AINDA TENTA DEFINIR CANDIDATO DO PT

Antes mesmo de concluir seus oito anos à frente do governo da Bahia, Jaques Wagner (PT) enfrenta uma situação no mínimo inusitada: conseguiu reunir em sua base um número de partidos de dar inveja ao ex-senador Antônio Carlos Magalhães em seus tempos áureos, mas tem que lidar com o fato de os aliados quererem a qualquer custo ter candidatos próprios na corrida ao Palácio de Ondina, em 2014. 


Fora isso, continua pegando fogo a briga interna entre as crias da casa - os petistas Rui Costa, Luiz Caetano, Walter Pinheiro e José Sérgio Gabrielli  - para ser o cabeça de chapa. 

Do outro lado,  está a oposição, que aproveita a disputa interna do PT e já adota o discurso da unidade. Ao contrário do que aconteceu na última campanha para prefeito, parece que o grupo vai mesmo unir forças e apoiar o nome do presidente do PMDB no estado, Geddel Vieira Lima, como candidato único nas eleições do ano que vem.
 
Enquanto não consegue resolver a equação política, o professor Wagner leva a questão com cautela e promete revelar o nome do seu candidato apenas em meados do mês de novembro, provavelmente no dia 15.

Lídice ganha força e Nilo força a barra

A senadora Lídice da Mata (PSB) estava na dela, mas viu seu nome ganhar força nas pesquisas e se empolgou para disputar o governo. A situação ficou mais confortável após o rompimento do partido com a presidente Dilma. Lídice criou asas e diz querer ser a candidata de Wagner, mas garante: se o apoio não vier, lança seu nome assim mesmo. "Serei candidata com ou sem o apoio dele", afirmou em entrevista recente à Metrópole. Nos bastidores, a senadora já articula sua candidatura com outros partidos.

Outro que tenta pressionar o governador para ser o candidato da base é o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT). Na semana passada, o deputado estadual lançou informalmente sua candidatura em um evento numa churrascaria de Salvador. O rega-bofe constrangeu os clientes do local com a zoada e falta de educação dos correligionários. O movimento mais parece encenação, pois Nilo está longe de ter envergadura política e cacife para ser o candidato da base.

Rui é favorito, mas Gabrielli entra na briga 

Enquanto os aliados se movimentam, os petistas correm para agradar o governador - e lutam com as armas que podem. Preferido de Wagner, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, adota o discurso da humildade e diz que seu nome ainda não está escolhido. Mas os fatos mostram o oposto. 

Ainda na semana passada, no evento da assinatura para o início das obras do metrô Salvador-Lauro de Freitas, ele foi a grande estrela entre os pré-candidatos petistas. Sentou-se próximo ao governador e à presidente Dilma, recebeu afagos de deputados, secretários e prefeitos e viu um quadro a seu favor. 

Incomodado com a situação, o secretário de Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli, que sequer foi convidado para compor a mesa, lançou no último sábado (19), sua pré-candidatura em um evento denominado "Encontro com Gabrielli". 

O ex-presidente da Petrobras conta com o apoio do ex-presidente Lula e de nomes como o ex-governador e vereador de Salvador, Waldir Pires, mas não é prioridade para Wagner. Apesar dos pesares, Gabrielli diz estar tranquilo, seja qual for a decisão do governador. 

Otto rumo ao Senado

Já o PSD, do vice-governador Otto Alencar, é o mais discreto dos partidos da base quando o assunto é ter um candidato para chamar de seu. O próprio Otto já disse que é candidato ao Senado e não pretende disputar o governo. Porém, seu nome é bem avaliado e o de preferência entre alguns nomes da base aliada. 

"Claro que o PT tem legitimidade para a cabeça de chapa, mas meu candidato é Otto", afirma o deputado estadual Alan Sanches, correligionário do vice-governador. A sigla, entretanto, não deve dar dor de cabeça ao governador, pois a articulação entre Wagner e Otto já parece feita. O Senado deve mesmo ser o caminho do vice. 

Oposição vai se unindo por Geddel

Em situação teoricamente mais tranquila, a oposição não quer deixar passar batido a chance de acabar com a hegemonia petista. Muitos ventilam os nomes do tucano João Gualberto, ex-prefeito de Mata de São João, e do ex-governador Paulo Souto (DEM), mas o grupo já está adiantado nas negociações e parece ter fechado questão pelo ex-ministro da Integração Geddel Vieira Lima, do PMDB. 

Prova disso é a recente filiação do deputado estadual Bruno Reis, homem de confiança do prefeito ACM Neto, à legenda. Também pesa a favor de Vieira Lima o apoio que o PMDB deu a Neto no 2º turno das eleições de 2012. Ao que tudo indica, o DEM deve pagar sua dívida de gratidão. "Sou candidato, mas não sou empecilho para que outro do grupo seja o candidato. A prioridade é derrotar o que está aí", desconversa. 

Caetano e Pinheiro de saída

Correndo por fora, o senador Walter Pinheiro e o ex-prefeito de Camaçari Luiz Caetano parecem ter jogado a toalha. Pinheiro nem compareceu ao evento do início das obras do metrô Salvador-Lauro de Freitas. Já Luiz Caetano, após ser alvo de denúncias de irregularidades na sua administração em Camaçari, agora articula nos bastidores sua candidatura à Câmara Federal. 

Questionada pela Metrópole se ainda haveria chance de ser a primeira-dama do estado, a deputada estadual Luiza Maia entregou o jogo. "Acho difícil! Tudo converge para o nome de Rui Costa", afirmou. Se nem ela acredita, tudo indica que o caminho de Caetano deve ser mesmo uma candidatura a deputado federal.

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